segunda-feira, 29 de junho de 2015

O g0y na Literatura Científica

Muitos opositores aos conceitos g0ys (visões da homo afetividade que criam uma quarta dimensão do comportamento sexual dos homens cis) muitas vezes de forma desinformada afirmam que não há nenhuma referência dos conceitos na psicologia, antropologia, biologia, enfim nas ciências como  um todo sejam elas sociais ou não.

Essa visão preconcebida, nada mais é que uma pura expressão do preconceito e em função disso, a falta de motivação de busca de material sobre o assunto. A visão verdadeira e sem preconceitos, é que o comportamento pode ser antigo, aliás SUPER ANTIGO, como bem ilustra o vídeo exposto nesse blog. No entanto o conceito estruturado é novo e portanto ainda com constructos em desenvolvimento, em busca de espaço enquanto conceito intermediário e que circunda a bissexualidade ou em um termo mais pontual e adequado, que circunda a bi-desejabilidade e a convivência harmoniosa entre as direções hétero e homo.

A primeira tese de doutorado sobre o tema foi desenvolvida por um brasileiro Flavio Braune Wiik, atualmente professor doutor da Universidade Estadual de Londrina, departamento de ciências sociais. Ao morar nos Estados Unidos, durante o período da década de 90 e também o começo dos anos 2000, o antropólogo teve contato e acesso aos pensamentos da filosofia g0y de forma antecipada em relação aos pioneiros do movimento g0y no Brasil, que vieram a divulgar o(s) conceito(s) somente a partir de 2011.

O Pesquisador associou a filosofia g0y à Teologia sob a perspectiva da ética protestante, gerando um artigo publicado na revista Psicología, Conocimiento y Sociedad, que pode ser acessado aqui.

Hoje nota-se que desde a sua publicação em 2012, mesmo passados apenas três anos, o artigo já encontra-se desatualizado, especialmente porque o G0ys.org utilizado como principal referência por Wiik; apesar de ser ainda ser um site bastante acessado, atualmente não é o central, há diversos outros conteúdos g-zero-y disponível na rede mundial de computares entre eles o Man2manalliance.org/ que sequer enfatiza tanto o rótulo g0y, mas certamente espalha os conceitos de comportamento g-zero-y por vários países da Europa e, também, não há como deixar de citar o heterogoy.webnode.com/ que é o site mais acessado no Brasil e na América Latina como todo, pois a versão em espanhol do site também facilita a leitura nos países vizinhos e hoje, provavelmente por meio de softwares de tradução, já é o segundo site de conteúdo g0y mais acessado no mundo, inclusive nos EUA.




Qual a diferença destes sites citados em relação ao site americano e que foi referenciado por Wiik em 2012? Nota-se por exemplo nesses mais recentes, um conteúdo mais voltado para o público hétero liberal (ou hétero flexível, nome mais comum nos países latinos americanos), enquanto o g0ys.org tem forte conteúdo voltado para o público homo afetivo, com argumentos como se tentando convergi-los e/ou convencê-los das vantagens da não prática do sexo anal, portanto é um site é mais focado na diferença que é mais divulgada e considerada crucial entre o mundo g0y e gay. Por sua vez no site brasileiro, por exemplo, parece que para os héteros flexíveis não seria necessária tanta argumentação teológica, essas diferenças entre afeto e sexo, e até onde se dá os limites, seriam mais intuitivas e/ou "automáticas", e por que não dizer "laicas".

Uma outra questão crucial é que o artigo acadêmico de Wiik, aborda o conceito g0y, no estrato do homo-erotismo, o que não é errado, mas ele não é exclusivo, o artigo esquece por completo do homo-afetivo e o conceito de Bromance por exemplo em nenhum momento é citado, apesar de ser um conceito central criado no mundo dos Skatistas na década de 90, mostrando claramente o comportamento de paixão g0y, antes mesmo de ser cunhado o termo g0y nos anos 2000. Então como crítica geral, o artigo ficou muito preso ao conteúdo do site g0ys.org e não tratou o conceito de uma forma mais ampla.
   
No próximo post comentarei sobre o artigo apresentado no congresso acadêmico que foi realizado na Universidade de Chile, nesse ano de 2015.

O site http://www.ozem.net.br/publicaçoes/ expõe diversas publicações sobre o tema, indico para quem está ansioso e deseja uma visão mais ampla nesse momento, mas prometo comentar sobre cada uma delas em breve. A tag para acompanhar é G-zero-y na Ciência. Abrçs!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Brasil está entre os 12 países mais satisfeitos sexualmente

Suíços lideram ranking de satisfação sexual Foto: © Hiep Vu/First Light/Corbis


Segundo uma pesquisa publicada pelo jornal britânico “Independent”, a Suíça é o país mais satisfeito sexualmente. A marca de preservativos Durex, que encomendou o estudo, chegou a esta conclusão depois de entrevistar 26 mil pessoas, em 26 países diferentes, todas acima de 16 anos.

De acordo com os dados revelados pela publicação, 44% das pessoas estão totalmente satisfeitas com suas vidas sexuais. Além da Suíça, Espanha e Itália aparecem no topo da lista. O Brasil aparece em quarto lugar.

Confira a lista:

1 - Suíça
2 - Espanha
3 - Itália
4 - Brasil
5 - Grécia
6 - Holanda
7 - México
8 - Índia
9 - Austrália
10 - Nigéria
11 - Alemanha
12 - China

O “Independent” destacou a ausência da França, dos Estados Unidos e do Reino Unido no ranking. “Se as pessoas têm boa saúde física e mental; estão livres de estresse e disfunção sexual; e têm relações sexuais e preliminares frequentes, são mais propensas a ter satisfação”, escreveu o jornal. Por tabela, sabemos que caprichar nas "preliminares" é um comportamento típico de g0ys, portanto, é de se esperar que estejamos bem na fita com as nossas parceiras e parceiros.

Fonte: Globo

terça-feira, 16 de junho de 2015

Você sabia?. Quando foi criada a palavra HOMOSSEXUAL?


Todo mundo hoje já sabe que um g0y ao assumir esse termo para si, quer afirmar que possui padrões de comportamentos homoafetivos, mas não homossexuais (ou seja, NOT gays, conforme rótulo moderno adotado pelos homossexuais nos EUA a partir de 1969 e que foi difundido pelo mundo).

  Mas o que é o conceito homossexual?   Quando esse termo foi criado? 

Foi um hungáro Károly Mária Kertbeny (cujo nome adopato em alemão foi Karl-Maria Kertbeny), que criou a palavra homossexual (para ser exato, Homosexual  no idioma alemão de então, mas que virou em Homosexuell no alemão moderno) o temo nasceu como parte de seu sistema de classificação dos tipos de sexualidades existentes no mundo e em um esforço para tentar suplantar termos pejorativos existentes na época, como pederasta, transviado, sodomita, homem invertido..., termos por exemplo, que eram amplamente utilizados por falantes dos idiomas alemão e francês espalhados pela Europa.

Isso ocorreu em 1869. E Cento e quarenta e seis anos depois (muito pouco tempo, tomando-se a perspectiva da história da humanidade), nota-se que a concepção de homosexuell de Károly é o que chamamos hoje de homoafetivo e não o homossexual como se concebe atualmente.

A noção de bissexualidade ainda não existia na época e portanto o "homem homosexuell" que eventualmente ou corriqueiramente transasse com mulheres NÃO era considerado um homosexuell.

Para Károly o que definia o homosexuell masculino era a atração exclusiva por homens, no entanto ele classificava o homosexuell não pelo desejo mas conforme o seu comportamento. Por exemplo, para ele havia duas categorias, o masturbador que ele classificou como monossexual e os adeptos do intercurso sexual anal (ou Anhänger des Analverkehrs) receberam o nome de piguistas, o  pronome pygo, no grego antigo, significa buttocks ou rump (nádegas ou bunda, em português). Com o tempo, a monossexualidade começou a ser encarada não como ato de homossexuais, mas como coisa de adolescente enquanto fase de formação da vida e da futura consciência hétero (bem vista entre jovens, mas mal-vista se fosse praticada entre homens adultos) e os atuais gays, os piguistas da época, acabaram por abarcar a totalidade do conceito 'homossexual' por meio do seu uso e associação ao longo do tempo. 

  

domingo, 14 de junho de 2015

A matéria de página inteira no Jornal de Brasília


O Jornal de Brasília é o segundo maior jornal em circulação no Distrito Federal - perdendo apenas para o Correio Braziliense, que também realizou uma matéria extensa sobre os g0ys e o bromance que mostraremos aqui em um outro momento.

No entanto o JB devido ao seu "furo de reportagem" e por ter sido o primeiro veículo de comunicação a divulgar que os g0ys estariam presentes na cidade, a sua matéria teve uma grande repercussão indo parar no ranking das notícias mais lidas e acessadas do DF e permanecendo assim durante mais de três semanas.

A versão impressa estampada acima teve um layout e conteúdo superior, mas também a versão disponibilizada na internet não fica muito atrás. A matéria pode ser vista (quase que na íntegra) no seguinte link:  http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/cidades/572348/g0ys-homens-que-se-relacionam-com-homens-mas-sem-contato-sexual/ 
a matéria do JB contém ainda algumas declarações minhas sobre o tema. Excelente reportagem, que segundo enquete realizada entre os g0ys presentes nas redes sociais e divulgado na seção de notícias do site hétero g0y, a matéria do J.B. encontra-se dentre as melhores reportagens de 2014, realizadas sobre o tema g-zero-y.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Alguém pode explicar porque tanta confusão em cima de O Boticário?

Amanhã é dia dos namorados e dia de lojas de O Boticário amargando uma queda substancial em suas vendas por causa de um boicote promovido nas redes sociais, especialmente no Facebook e no Whatsapp.

Agora a questão é o que tem de tão agressivo e polêmico na campanha publicitária de O Boticário, que provocou reações diversas de homens falando para as namoradas, não me venha com surpresas, eu não quero perfumes do Boticário... Duvido que o mesmo namorado recusaria de presente um carro da Hyundai...

OK. O Boticário comprou briga e tomou um dos lados, se a empresa está certa ou errada, isso não problema nosso. Nós os g0ys, aliás queremos é cada vez ficar longe dessa polarização gays versus héteros normativos, que não leva a lugar nenhum e parece estar longe de um consenso.

A reflexão contrastiva sobre o tema da homo-afetividade por exemplo nos leva a pensar, do ponto de vista do afronto ou até mesmo do "escândalo" a Hyundai  provocou muito mais a "sociedade conservadora" do que O Boticário. Entretanto, porque não houve tamanha reação negativa no primeiro caso?

A peça publicitária da Hyundai mostrada e comentada aqui no dia 21/março/2015 mostra uma cena e até mesmo uma música 'ousada' e tipicamente g0y, mas não causou tanto furor. Por que a propaganda gay de O Boticário. não teve uma repercussão positiva? Será que a população na data de hoje sabe diferenciar um g0y de um gay? Apoia um e rejeita o outro? Na minha sincera opinião, acho que não foi isso.





Especulando sobre o assunto, vemos que no caso da Hyundai - um comercial de carros e voltado para o público masculino (público-alvo do setor automobilístico), supostamente deveria ter sido muito mais desastroso, só que em tom de leveza, de jocosidade e mostrando que nem o homem heterogoy nem a esposa supostamente "corretinha" não são tão santinhos assim, o comercial passou batido pelo crivo da suposta moderna sociedade homofóbica .

Já o comercial de O Boticário não tem tom "de brincadeira", é focado e diretivo, mas será que é só essa a diferença?  


No carnaval desse ano,  por exemplo, uma famosa escola de samba do Rio de Janeiro - a Mocidade; colocou na avenida, justamente essa montagem mesclada, haviam casais gays no carro alegórico que traziam relações 'diferenciadas' em diversas camas. Notamos por exemplo nas imagens que tinha sim vários duplas de homens e algumas de mulheres, mas porque nesse caso, o povo falou... e daí?

Não queremos nos meter na história do boicote aos produtos, cada um é livre para comprar ou não comprar o que quiser, mas fica a impressão, que não foi propriamente o conteúdo homo, mas a forma como o conteúdo foi executado; não mostrando a diversidade, mas mostrando um tom de prioridade é que talvez tenha causado tamanha repercussão.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Homoafetividade, qual é o ponto de vista judaica?

O vídeo abaixo, indicado por nossos leitores, acho que fecha essa questão da homossexualidade do ponto de vista do Judaísmo. Tudo isso começou quando aqui no Blog postamos comentado sobre o sexo na Lei de Moisés e que vigorava desde antes de 1.700 A.C. e posteriormente também citamos e debatemos um trecho Bíblico que além de NÃO falar contra, ainda incentiva "dormir de conchinha" e se aquecer no inverno. Em perpectiva a homoafetividade com o devido respeito e amizade entre dois ou mais homens,

Sobre esse assunto um Judeu comentou no Blog:
Como Judeu, cumpro todos os 613 mitzvah, moro em São Paulo e graças a D'us aqui temos uma pequena comunidade onde preservarmos os nossos costumes. Certamente esse texto não foi escrito por um judeu, mas tem-se que reconhecer que ele é profundo e preciso. Até correto além da conta para um goy (eu já li o que é um heterogoy, e entendi só que refiro-me ao sentido original do termo goy, sem o zero; i.e. um não judeu e não cumpridor integral das leis). Mostrei esse texto, para meu pai e até mesmo a meu avô, eles não discordaram do conteúdo e acrescentaram que realmente essa interpretação da Ló Tassê 353 é estupida, e no google vi que existe vários "judeus" usando a tradução de parenta - para todo próximo da sua carne. O que parece ser igual, mas não é. A todo próximo, pode levar a entender que é proibido aproximar-se de outro homem. Só que a Mitzvot, não adverte, ela veta. O veto é claro, e a nossa tradição oral sabe disso, não pode ter relações carnais com nenhum homem, e nenhum tipo de intimidade nem leve (nudez), nem erótica, nem sexual com o pai e os tios. E esse veto à todo e qualquer tipo de intimidade tem a sua extensão a todas as parentas (irmãs, tias, sobrinhas, primas, etc.). A lei foi muito bem colocada nesse site, um homem pode aproximar-se intimamente de outro homem, isso não é abominação, desde que "não se deite com ele, como se ele fosse mulher" e isso também pelo que eu saíba está na Bíblia considerada sagrada por vocês, em Levíticos 18 em seu verso 22. Só que muitos parecem que não levam a sério a palavra.
Esse depoimento foi de Akiba Allyn, agora o pronunciamento é do Judeu Dor Leon Attar, vamos ao vídeo:

Surpreso?

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Vídeo produzido em Portugal sobre o homoafetivo ao longo dos tempos



Ao longo do vídeo é possível observar:

1- O padrão g0y de comportamento inicialmente era considerado normal e aceitável pela sociedade
2- A Grécia além de considerar normal estimulava o comportamento homo (sem sexo anal)
3- O Império Romano transformou o ideal grego em padrão homossexual, com a figura do ativo e do passivo, antes não existente

4- O padrão hétero normativo começou como uma espécie de reviravolta ou de "revolta da sociedade" ao padrão de comportamento romano vigente
5- O padrão hétero normativo tornou-se dominante e cruel
6- No ano de 700 D.C.o padrão g0y chegou a ameaçar voltar à cena social, mas foi logo sufocado pela ideia de que seria perigoso por ser um estímulo ou porta de entrada para o homossexualismo





7- Mais de 1.200 anos depois, o movimento LGBT começou nos EUA nos anos 70 e a palavra gay (que antes significava, alegre) começou a ser usado em larga escala, associado aos homossexuais, para simbolicamente contrastar com  o seu oposto escrito com 'u' (guy ou heterossexual)
8- O movimento g-y que nos anos 70 atuava como 'simpatizante', e pode ter sido o embrião do atual movimento gØy (não discordamos; essa hipótese é plausível)
9- O partido comunista impedia que os preceitos g0ys chegassem a Portugal, somente com a explosão de vasto material em português na internet que o povo começou a saber sobre o tema.


Vídeo muito bacana, recomendamos assistir!